Harley-Davidson apresenta motos elétricas compactas LiveWire com autonomia de 160 km, motor de 125cc e baterias removíveis

Harley-Davidson apresenta motos elétricas compactas LiveWire com autonomia de 160 km, motor de 125cc e baterias removíveis Fonte: Harley-Davidson

A Harley-Davidson está apostando em motos compactas para novos públicos

A Harley-Davidson nunca foi uma marca que fugiu de desafios ou se contentou com o comum. Conhecida por suas motos robustas, barulhentas e repletas de personalidade, a fabricante agora abraça de vez o futuro: acaba de revelar dois protótipos de motos elétricas na linha LiveWire, com proposta totalmente nova, focada em praticidade, sustentabilidade e preço acessível. Se até pouco tempo atrás a marca apostava em modelos elétricos de alto desempenho e valor elevado, agora o objetivo é democratizar o acesso ao universo Harley — inclusive para quem nunca imaginou pilotar uma “Harleyzinha” pela cidade ou trilha.

Os novos modelos foram apresentados durante o festival Harley-Davidson Homecoming, em Milwaukee, evento que reuniu fãs do mundo todo. A estratégia não é apenas tecnológica: é também uma resposta ao crescimento do mercado de elétricos leves e ao desejo de muitos consumidores por opções práticas, baratas e amigáveis tanto para o trânsito urbano quanto para a diversão nos fins de semana.

O que torna as novas LiveWire tão diferentes?

A principal novidade está no tamanho, peso e proposta de uso. As novas motos elétricas chegam para rivalizar com minimotos de 125 cc, oferecendo um pacote completo para quem busca mobilidade inteligente sem abrir mão do design marcante da marca. Em vez das tradicionais cruisers gigantescas, a aposta é em leveza e agilidade: pesando cerca de 113 kg, com assento baixo (em torno de 76 cm de altura), elas prometem agradar tanto quem está começando quanto quem já é experiente, mas deseja algo mais simples para o dia a dia.

O motor elétrico proporciona uma experiência de condução suave e silenciosa, mas sem abrir mão do desempenho: a velocidade máxima chega aos 85 km/h, mais do que suficiente para deslocamentos urbanos e até pequenas rodovias. O destaque vai para a autonomia: até 160 km com uma única carga, valor superior ao de muitos scooters elétricos tradicionais. Isso é possível graças à tecnologia de duas baterias removíveis, que podem ser trocadas ou recarregadas facilmente em casa ou no trabalho.

Duas versões, dois estilos: urbana e trilheira

A Harley-Davidson sabe que o público dos elétricos é diversificado e não quer mais do mesmo. Por isso, os dois protótipos trazem personalidades distintas. O modelo urbano aposta em pneus de perfil mais baixo e visual moderno, pensado para quem encara trânsito, ciclovias e asfalto no dia a dia. Já a versão trail recebeu suspensão mais elevada, pneus de cravo e detalhes reforçados, prontos para aventuras fora da estrada, pequenas trilhas, camping e explorações no interior. Ambas compartilham a mesma base estrutural: quadro treliçado em aço, rodas de 12 polegadas e um conjunto de suspensões desenvolvido para absorver bem as irregularidades do terreno.

Outro ponto importante é a praticidade: as duas motos contam com acelerador eletrônico, painel digital e sistemas de conectividade que prometem integração com aplicativos da marca. O motor, instalado de forma estrutural (fazendo parte do chassi), contribui para a redução de peso e aumento da estabilidade, criando uma pilotagem intuitiva, fácil até para quem nunca teve moto.

Tecnologia e autonomia: o que esperar da bateria e da recarga

A autonomia declarada de até 160 km se refere ao uso misto, combinando percursos urbanos e estradas leves. A tecnologia das baterias removíveis é um diferencial importante, já que permite trocar rapidamente por outra carregada ou levar a bateria para recarregar em casa — eliminando o maior “calcanhar de Aquiles” dos veículos elétricos compactos. A recarga completa deve levar algumas horas, dependendo do tipo de tomada, mas a possibilidade de usar baterias sobressalentes é um atrativo para entregadores, usuários de delivery e quem não quer depender de estações públicas.

Vale destacar que a bateria utiliza células de última geração, desenvolvidas para entregar alta densidade energética sem comprometer a vida útil. A Harley-Davidson ainda trabalha em sistemas de monitoramento remoto, atualizações de software e recursos de segurança antirroubo conectados ao app proprietário.

Posicionamento estratégico: por que a Harley está investindo nessas motos?

O mercado mundial de motos elétricas está em plena expansão, principalmente entre os jovens e moradores de grandes cidades. Enquanto rivais como Honda e Yamaha avançam em scooters elétricos e minimotos para o público asiático e europeu, a Harley-Davidson aposta em um segmento de nicho que, aos poucos, ganha força no Ocidente: motos leves, divertidas, com cara de mini moto custom e performance digna para pequenos deslocamentos.

Essa estratégia atende a várias demandas de uma vez só: atinge iniciantes, conquista consumidores que buscam economia e sustentabilidade, e serve de “porta de entrada” para uma nova geração de fãs da marca. Com preços estimados abaixo de 10 mil dólares (na conversão direta, algo em torno de R$ 55 mil, sem impostos), a LiveWire mostra que está disposta a competir diretamente com marcas de entrada, mas sem abrir mão do status Harley-Davidson.

Além disso, a marca quer ouvir o público: abriu canais para sugestões sobre acessórios, cores, funcionalidades e até ajustes no software, transformando o lançamento em uma espécie de “cocriação coletiva” entre empresa e comunidade.

Comparação com outras motos do segmento

Embora a proposta seja inovadora para a Harley, o conceito de minimoto elétrica não é novo. Modelos como Honda Grom, CFMoto Papio e outros scooters já oferecem motores próximos de 125 cc, mas poucos entregam tanta autonomia ou a praticidade da bateria removível. As LiveWire prometem ser mais robustas, ter acabamento premium e maior conectividade, herdando parte do prestígio da marca mãe.

Um diferencial claro é o design: mesmo pequenas, as novas Harleys carregam detalhes que remetem ao DNA clássico — linhas musculosas, faróis marcantes e pintura exclusiva. Isso deve fazer diferença para quem busca algo mais estiloso do que as scooters convencionais.

Quem deve se interessar pela nova LiveWire?

O público-alvo dessas motos é amplo e diversificado. Jovens urbanos, profissionais que usam moto para trabalho, pessoas que querem experimentar o universo Harley-Davidson sem gastar fortunas, e até motociclistas experientes que desejam uma segunda moto leve e prática. É também uma excelente opção para quem procura um meio de transporte sustentável, fugindo dos custos de combustível e manutenção de modelos a combustão.

Outro público potencial são empresas de entrega e frotistas, que podem se beneficiar das vantagens da recarga rápida e da durabilidade das baterias. A praticidade das LiveWire pode ainda conquistar escolas de pilotagem e projetos sociais de mobilidade.

Quando chega ao mercado? Preço e perspectivas

Por enquanto, as duas motos apresentadas são protótipos, mas já estão bastante próximas do modelo de produção. Espera-se que o lançamento oficial aconteça ainda em 2025, provavelmente durante o EICMA, o maior salão de motos do mundo. Os preços devem ser bastante agressivos, ficando abaixo dos modelos atuais da LiveWire e atraindo tanto quem nunca teve Harley quanto antigos apaixonados pela marca.

Se a promessa de preços competitivos e boa oferta de acessórios se cumprir, a Harley-Davidson pode finalmente se tornar relevante também no segmento de motos elétricas populares — e não apenas como objeto de desejo de alto luxo.

Desafios e oportunidades

Apesar do otimismo, a entrada no mercado de motos elétricas compactas não é isenta de riscos. A aceitação do público tradicional da marca ainda é uma incógnita, assim como a adaptação dos revendedores à nova tecnologia. Outro ponto é a infraestrutura de recarga: embora as baterias removíveis minimizem esse problema, cidades menores podem levar tempo para se adaptar.

Por outro lado, o pioneirismo no segmento pode consolidar a marca como referência também na nova era elétrica, abrindo portas para parcerias, novos negócios e expansão em mercados emergentes.

Uma Harley para o futuro (e para todos)

O lançamento das motos elétricas LiveWire compactas marca um novo capítulo para a Harley-Davidson — ousado, democrático e sintonizado com as tendências globais de mobilidade. Ao apostar em autonomia realista, design atraente, baterias removíveis e preço acessível, a marca mostra que está preparada para conquistar novos públicos e manter seu legado vivo por muitas gerações. Resta agora acompanhar os próximos capítulos e ver como essas pequenas notáveis vão transformar o cenário das duas rodas, nas cidades e fora delas.

Sobre o Autor

Geovane Souza

Geovane Souza é Jornalista e especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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