Brasil aplica novos impostos sobre veículos eletrificados
Desde 1º de janeiro de 2024, o Brasil vive uma mudança significativa no mercado de veículos eletrificados
O governo federal implementou o imposto de importação para carros elétricos e híbridos, uma medida com o objetivo de estimular a indústria automotiva nacional. Esta decisão se deu em um contexto onde a demanda por veículos eletrificados vem demonstrando um crescimento considerável.
A implementação da nova política tributária caracteriza-se por um aumento gradual nas alíquotas. Para carros híbridos, o imposto começou em 15% em janeiro de 2024, prevendo um aumento para 25% em julho do mesmo ano, até alcançar 35% em julho de 2026.
Nos híbridos plug-in, as alíquotas iniciaram em 12%, com previsão de elevar-se a 35% até julho de 2026. Os veículos totalmente elétricos enfrentam agora um imposto inicial de 10%, que deverá chegar a 35% em julho de 2026.
Notavelmente, os caminhões elétricos começaram com uma taxação de 20% em janeiro de 2024, alcançando rapidamente 35% já em julho do mesmo ano, refletindo uma produção nacional mais estabelecida para essa categoria.
O governo também estabeleceu cotas para isenção dos impostos, que serão reduzidas progressivamente até 2026, variando conforme o tipo de veículo
Essa estratégia gerou debates intensos na indústria automotiva. A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) defendia a manutenção da isenção, argumentando que o setor ainda necessitava de desenvolvimento no Brasil. Em contrapartida, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) e algumas montadoras tradicionais apoiaram o retorno gradativo das alíquotas.
A reimplantação dos impostos era aguardada e visa a equilibrar o mercado diante do aumento expressivo nas vendas de carros eletrificados, que ultrapassaram 49,2 mil unidades apenas nos primeiros meses de 2023. A decisão tem potencial para alterar significativamente o cenário competitivo do setor, uma vez que os veículos elétricos gozavam anteriormente de uma isenção tributária por cerca de cinco anos.
Montadoras como BYD, GWM e até a Renault, com diferentes interesses e operações no Brasil, expressaram suas preocupações ou apoio à medida. Esta alteração na política tributária visa não apenas proteger a indústria automotiva nacional, mas também reflete um esforço para aumentar a eficiência energética da frota brasileira, impactando positivamente o meio ambiente e a saúde da população.
A implementação dos novos impostos sobre veículos eletrificados marca um passo significativo na estratégia do Brasil de alinhar os interesses da indústria automotiva local com as tendências globais de eletrificação e sustentabilidade.
O impacto dessa política no mercado brasileiro, tanto para consumidores quanto para fabricantes, será um fator determinante no futuro da mobilidade no país.
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