Painéis Solares; O que é feito após o descarte, depois da vida útil?

O que é feito com painéis solares após o descarte, depois da vida útil Foto: Projeto Colabora / Reprodução

A crescente adoção da energia solar em todo o mundo trouxe à tona um desafio ambiental e uma oportunidade econômica: o destino dos painéis solares quando atingem o fim de sua vida útil

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Em Valinhos, interior de São Paulo, uma empresa emergente, a SunR, está enfrentando esse desafio ao se dedicar à reciclagem de módulos fotovoltaicos descartados. Em maio, eles receberam 80 toneladas desses painéis solares, um aumento notável que demonstra o potencial desse mercado.

O dilema dos painéis fotovoltaicos descartados não é exclusivo do Brasil. Na Europa, países como a Alemanha, pioneira na adoção da energia solar, já enfrentam um crescente volume de painéis fora de uso. A expectativa de vida desses painéis é de 25 a 30 anos, e a Agência Internacional de Energia Renovável (Irena) alerta que até o início dos anos 2030, poderíamos ter entre 1,7 milhão e 8 milhões de toneladas desses resíduos anualmente, um número que pode chegar a 78 milhões de toneladas até 2050 em todo o mundo.

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A reciclagem de painéis fotovoltaicos não é apenas uma questão ambiental; também representa uma oportunidade econômica significativa

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Foto: Gizmodo / Reprodução

A Irena estimou em 2016 que o valor dos materiais recuperáveis nesses painéis poderia atingir US$ 450 milhões até 2030, o que seria suficiente para produzir 60 milhões de novos painéis. Em 20 anos, esse valor poderia ultrapassar US$ 15 bilhões, o suficiente para fabricar 2 bilhões de painéis, de acordo com as projeções da Irena.

Os painéis contêm materiais diversos, com vidro e alumínio representando a maior parte, mas também incluem metais valiosos como prata e cobre, além de substâncias poluentes como chumbo e polímeros. A reciclagem eficaz desses materiais é um desafio técnico.

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Embora o vidro seja relativamente fácil de reciclar, a separação dos metais preciosos é mais complexa e requer pesquisas contínuas e desenvolvimento de novas tecnologias.

Além de reduzir a quantidade de resíduos e as emissões de carbono relacionadas ao descarte, a reciclagem de painéis fotovoltaicos também pode diminuir o uso de energia necessário para a produção de novos materiais, como prata e silício, além de reduzir os impactos ambientais da mineração desses metais. Os especialistas acreditam que mais de 95% dos materiais dos painéis podem ser aproveitados, tornando esse mercado cada vez mais atraente.

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Empresas em todo o mundo estão investindo em métodos de reciclagem mais eficazes

Algumas delas afirmam reciclar mais de 90% dos materiais dos painéis, incluindo metais preciosos como a prata e o cobre. No entanto, o custo da reciclagem ainda é um desafio, pois os processos atuais muitas vezes não cobrem os custos de operação.

O desenvolvimento de tecnologias de reciclagem mais eficientes é fundamental para enfrentar o crescente volume de painéis fotovoltaicos descartados. Além disso, é necessária uma estrutura regulatória para lidar adequadamente com esses resíduos.

A ausência de regulamentações específicas é um obstáculo, mas países como membros da União Europeia, Japão e Canadá já atualizaram suas leis para abordar essa questão.

A reciclagem de painéis fotovoltaicos não é apenas uma preocupação ambiental, mas também uma oportunidade econômica significativa. À medida que mais países adotam a energia solar, o desenvolvimento de tecnologias de reciclagem eficazes e a criação de regulamentações adequadas são essenciais para enfrentar esse desafio global crescente.

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Sobre o Autor

Ana Paula Araújo
Ana Paula Araújo

Ana Paula Araújo escreve no Cultura Ambiental nas Escolas sobre meio ambiente, sustentabilidade, energias renováveis e suas implicações, veículos elétricos e as principais novidades do setor.

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