Veículos movidos a hidrogênio e elétricos são sustentáveis e podem revolucionar indústria automobilística
Ainda sem grande adesão no mundo, alternativas de combustíveis a hidrogênio e elétricos têm vantagens para o meio ambiente e os motoristas
O setor de automóveis evolui suas tecnologias, acrescenta novas tendências e oferece alternativas a cada dia, e, nesse caminho, surgem avanços importantes que podem revolucionar a indústria, entre eles os veículos movidos a hidrogênio e elétricos. Ambos possuem vantagens e desvantagens que precisam ser explicadas.
Comprar carros elétricos está virando uma realidade em diversos países, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos. Mesmo sem ser predominante, a eletrificação automotiva segue em crescimento acelerado, com as vendas de carros elétricos podendo chegar a 33% de participação no mercado global até 2028, segundo a consultoria AlixPartners.
Atualmente, essa categoria de veículos representa cerca de 10% das vendas a nível mundial, com mais de 16 milhões de unidades em circulação. Já os automóveis de hidrogênio estão longe de serem adotados em massa e têm o futuro incerto, ainda que haja um crescimento de oferta e procura nos últimos anos.
No Brasil, há mais de 100 mil veículos eletrificados, mas o país conta com apenas 1,3 mil pontos de recarga, o que dificulta a expansão das vendas desse tipo de automóvel. Em 2021, o número de opções de carros elétricos no mercado brasileiro mais que duplicou, apesar de ser mais caro para os consumidores.
Os carros movidos a energia elétrica e a hidrogênio fazem parte do grupo de veículos que utilizam combustíveis alternativos. Com as seguidas altas nos preços da gasolina e do etanol, muitas pessoas passaram a escolher formas de substituí-los, o que pode ajudar a romper esse monopólio.
Além disso, crescentes preocupações com mudanças climáticas e impactos ambientais, devido à emissão de gases do efeito estufa, por exemplo, levam à busca por alternativas renováveis e menos poluentes, incluindo os combustíveis sustentáveis. Desta forma, existem benefícios econômicos e ambientais do uso desses veículos.
Carros elétricos
De acordo com o Canaltech, portal especializado em tecnologia, um carro elétrico é todo automóvel que utiliza a energia armazenada em uma bateria recarregável para se locomover, alimentando seu motor movido à eletricidade. Durante o processo de deslocamento, não há reação química, e sim elétrica.
O grau de emissão de poluentes é próximo de zero, mas ainda não chegou lá, visto que emite gás carbônico, pelo menos, na fabricação e no final do seu ciclo de vida, quando a bateria é descartada, sem ser reciclada. No entanto, em comparação com veículos convencionais, ainda é uma alternativa pouquíssimo agressiva ao meio ambiente.
Entre as vantagens dos carros elétricos, além da sustentabilidade, estão a alta eficiência – cerca de três vezes maior que os de combustão –, o menor custo de abastecimento, já que o quilômetro rodado consome menos, e a manutenção mais barata, sem precisar trocar filtros de óleo e de ar, velas de ignição e correia dentada, por exemplo.
Outro ponto que chama a atenção é a ausência de ruídos, o que os torna extremamente silenciosos, tendo em vista que não há queima de combustível nem sistema de escape, fazendo com que os motores elétricos trabalhem sem barulho. O silêncio é tão grande que esses automóveis podem ser até uma ameaça aos pedestres.
Apesar de haver problemas na popularização, como o alto investimento inicial, a falta de incentivo e as poucas opções no mercado, principalmente em países emergentes e subdesenvolvidos, a utilização desses veículos cresce, conforme levantamento do Centro de Pesquisa em Energia Solar e Hidrogênio, da Alemanha.
Carros a hidrogênio
Embora exista a discussão sobre a viabilidade de uma indústria de carros essencialmente elétrica, alguns países investem em outras opções pouco prejudiciais ao meio ambiente, considerando o abastecimento ecológico, e semelhantes em eficiência. Portanto, o hidrogênio é considerado positivo sob o olhar da sustentabilidade.
A escassez de matérias-primas para baterias, como lítio, níquel e cobalto, pode ameaçar o fornecimento na fabricação. Neste contexto, o hidrogênio surge como opção.
Basicamente, um veículo movido à célula de hidrogênio também é elétrico, uma vez que funciona produzindo sua eletricidade. A diferença é que isso acontece por meio de uma reação química em uma pilha de células de combustível que gera a eletricidade, impulsionando os motores das rodas e emitindo vapor de água.
Além de vantagens importantes, como a emissão de poluentes zerada, o reabastecimento rápido e fácil – aproximadamente, 40 minutos para fazer a recarga – e a boa autonomia, os carros a hidrogênio têm desvantagens, desde a limitação na rede de abastecimento, com poucos postos atualmente, até os altos custos desta tecnologia.
Segundo a Sociedade da Energia Limpa, projeto internacional de representantes da indústria automobilística, Estados Unidos, Japão, Alemanha e Coreia do Sul são os países que mais investem no abastecimento deste combustível.
Grandes montadoras, como BMW e Audi, estão desenvolvendo protótipos de veículos de passageiros e alguns tipos de moto com célula de hidrogênio, visando descarbonizar o transporte e abandonar os combustíveis fósseis.
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