A solução para a Fome Mundial? Nanotecnologia brasileira para fertilizante pode mudar os rumos da agricultura

fertilizante conhecido como UHap Foto: Cauê Ribeiro/Embrapa Instrumentação

Cientistas brasileiros desenvolveram um fertilizante em escala nanométrica capaz de prolongar a retenção de nutrientes como o fósforo, no solo.

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Cientistas brasileiros desenvolveram um fertilizante inovador em escala nanométrica, capaz de prolongar a retenção de nutrientes no solo das plantações, especialmente o fósforo. Essa tecnologia supera os fertilizantes tradicionais em termos de tempo de ação, oferecendo benefícios à agricultura.

A pesquisa foi realizada em conjunto pela Embrapa Instrumentação, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri). Os resultados foram publicados na revista Communications in Soil Science and Plant Analysis.

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Fertilizante em escala nanométrica

O fósforo, um nutriente fundamental para o desenvolvimento das plantas, enfrenta um problema crucial onde cerca de 80% do aplicado como fertilizante é perdido no solo. Isso acontece devido a reações químicas com minerais presentes, que o tornam indisponível para as raízes das plantas.

Para solucionar essa questão, cientistas brasileiros desenvolveram um novo material em nanoescala que protege o fósforo e garante sua absorção pelas plantas. Essa tecnologia revolucionária representa um grande avanço na agricultura, pois aumenta significativamente a eficiência do fertilizante e reduz o impacto ambiental.

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Amanda Giroto, doutoranda na Embrapa Instrumentação com bolsa FAPESP, explica como a tecnologia funciona: “Ao alterarmos a estrutura do fertilizante, criamos uma proteção para o fósforo, permitindo que ele seja melhor aproveitado pelas plantas. Essa inovação representa um salto significativo na agricultura, com benefícios para a produtividade e a sustentabilidade.”

Nanomaterial fertilizante é promissor para o milho

O experimento avaliou o novo fertilizante conhecido como UHap em plantações de milho, utilizando um solo segmentado em três áreas distintas, cada uma submetida a um tipo de tratamento: aplicação de UHap, uso exclusivo de pó de hidroxiapatita e o uso de um fertilizante fosfatado comercial, o MAP.

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Inicialmente, a parcela de solo tratada com MAP e hidroxiapatita apresentou 89% de fósforo, que diminuiu para 28% em 21 dias e para 18% após 42 dias. Já a área com UHap começou com 53% de fósforo, reduziu-se para 42% e estabilizou-se em 35% na fase final do estudo.

Quanto à produção, as plantas de milho tratadas com UHap e hidroxiapatita tiveram um aumento de 60% na produção de matéria seca, enquanto aquelas tratadas com MAP tiveram um acréscimo de apenas 30% em comparação com plantas que não receberam nenhum dos compostos.

Cientistas buscam parcerias para a fabricação do UHap em larga escala

Atualmente, os cientistas estão buscando empresas interessadas em colaborar para a fabricação do novo material em larga escala, o que permitirá a realização de testes em uma escala mais ampla.

Durante uma entrevista concedida à Agência FAPESP, Cauê Ribeiro, que lidera a pesquisa e trabalha na Embrapa Instrumentação, enfatizou a relevância do fertilizante desenvolvido no Brasil. Ele ressaltou que, apesar dos fertilizantes serem cruciais para a agricultura brasileira, o país depende inteiramente de importações nesse segmento. Ribeiro defendeu a necessidade de reindustrialização do Brasil nessa área e a criação de produtos mais eficazes.

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Sobre o Autor

Geovane Souza
Geovane Souza

Geovane Souza é Jornalista e especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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