Energia solar mais acessível; Queda de 40% nos preços dos painéis transforma o mercado brasileiro

Energia solar mais acessível; Queda de 40% nos preços dos painéis transforma o mercado brasileiro Foto: Portal Solar / Reprodução
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O mercado de energia solar no Brasil tem experimentado uma transformação significativa, principalmente ao longo do ano de 2023, com uma notável redução de 40% nos preços dos painéis solares. Esta queda, impulsionada em grande parte pelo aumento da capacidade produtiva da China, que representa cerca de 90% da produção mundial desses equipamentos, reconfigurou o cenário energético do país.

A redução nos custos dos painéis não só tornou a energia solar mais acessível para os consumidores brasileiros, mas também melhorou consideravelmente o tempo de retorno do investimento (payback) em sistemas fotovoltaicos.

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Estima-se que o payback tenha sido aprimorado entre 10% e 20% para aqueles que optaram pela geração própria de energia solar em 2023. Além disso, a expansão do mercado de geração distribuída foi estimulada, com um aumento notável nas instalações de sistemas fotovoltaicos em residências e empresas, chegando a um acréscimo de 7 GW de potência adicionada e mais de R$ 36 bilhões em investimentos privados no ano.

Apesar dos desafios enfrentados, como o aumento no roubo de cargas e problemas de escoamento de mercadorias, bem como o aumento dos impostos de importação dos painéis solares pelo governo brasileiro, o setor mostrou resiliência.

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Alguns distribuidores, por exemplo, enfrentaram dificuldades significativas, chegando a vender produtos abaixo do custo para gerir seus estoques. Entretanto, o setor conseguiu se adaptar e reagir no segundo semestre de 2023, impulsionando a movimentação de estoques e permitindo novas compras.

Olhando para o futuro, as perspectivas para 2024 são otimistas. A expectativa é que a queda nos preços dos painéis solares continue, possivelmente atingindo valores próximos a US$ 0,10/W até o final de 2024 ou início de 2025

Esta tendência de baixa nos preços é sustentada não só pela grande capacidade produtiva, mas também pelo desenvolvimento de novas tecnologias, como o uso de perovskita, um mineral mais barato que o silício, que promete tornar a energia solar ainda mais acessível e eficiente.

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O Brasil, com sua localização geográfica privilegiada, tem um grande potencial solar, e a redução nos preços dos painéis solares, juntamente com a expansão da capacidade instalada de geração distribuída, aponta para um aumento significativo na participação da energia solar na matriz energética brasileira.

Este cenário não apenas contribui para a diversificação da matriz energética, reduzindo a dependência de fontes não renováveis, mas também impulsiona o desenvolvimento econômico do país, criando empregos e estimulando a indústria nacional de energia solar.

O mercado de energia solar no Brasil entra em 2024 com expectativas otimistas e desafios significativos. A combinação de fatores como a redução dos preços dos equipamentos fotovoltaicos, a queda nas taxas de juros e os aumentos nas tarifas de energia elétrica criam um cenário favorável para o crescimento do setor

Um dos principais impulsionadores do setor solar brasileiro é a previsão de um aumento considerável na capacidade instalada. A Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) projeta um acréscimo de 9,3 GW em 2024, elevando a potência acumulada no país para 45,5 GW.

Este crescimento será impulsionado tanto pela geração distribuída (pequenos e médios sistemas) quanto pela geração centralizada (grandes usinas solares). Com isso, espera-se que os novos investimentos no setor solar ultrapassem R$ 38,9 bilhões em 2024, gerando mais de 281,6 mil novos empregos e contribuindo significativamente para a arrecadação pública.

Apesar do cenário promissor, o setor enfrenta desafios, especialmente em termos de regulamentação e financiamento. Um dos pontos críticos é a necessidade de aprimoramento da Resolução Normativa n° 1.000/2021 da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que trata da inversão de fluxo de energia. Além disso, as taxas de juros ainda elevadas no Brasil representam uma barreira para o acesso ao crédito, um fator crucial para o financiamento de projetos de energia solar.

O setor também se beneficia da tendência de aumento nas tarifas de energia elétrica, que torna as soluções solares mais atraentes para os consumidores. Em paralelo, a redução recorde nos preços dos painéis solares em 2023, reflexo da dinâmica do mercado global, fortalece ainda mais o apelo da energia solar como uma opção viável e econômica.

Diante desse panorama, 2024 promete ser um ano de oportunidades e crescimento para o setor solar no Brasil, marcado por avanços tecnológicos e desafios regulatórios e econômicos. A energia solar, cada vez mais acessível, continua a se consolidar como uma fonte de energia renovável crucial para o futuro energético do país.

Com informações de: Canal Energia; Diário do Nordeste; pv magazine Brasil

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Sobre o Autor

Ana Paula Araújo
Ana Paula Araújo

Ana Paula Araújo escreve no Cultura Ambiental nas Escolas sobre meio ambiente, sustentabilidade, energias renováveis e suas implicações, veículos elétricos e as principais novidades do setor.

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