Mega fazenda de energia solar de quase 1 Bilhão de dólares, que seria a mais avançada do mundo, vai a falência

Mega fazenda de energia solar de quase 1 Bilhão de dólares nos EUA que seria a mais avançada do mundo vai a falência Fonte: Reprodução/Wikipedia

O mega projeto de energia solar enfrentou diversos problemas desde a sua inauguração em 2016, que levaram a falência da empresa responsável.

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Em Tonopah, Nevada, repousava um projeto em energia solar que capturou a imaginação e o investimento não apenas da comunidade local, mas também do governo federal do Estados Unidos. Iniciado em 2011 por Tonopah Solar Energy, este projeto aspirava tornar-se uma usina solar de ponta, destinada a alimentar mais de 75.000 lares em Nevada. No entanto, a iniciativa atingiu múltiplos contratempos, culminando em sua falência em 2020.

Dotado de um orçamento que roçava 1 bilhão de dólares, o plano original não economizou em inovação. A usina recebeu um empréstimo de 700 milhões de dólares do Departamento de Energia dos EUA em 2011, o maior da sua categoria na época.

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Essa soma substancial foi complementada por financiamentos adicionais de investidores privados e capitalistas de risco. A ideia era usar uma tecnologia emergente, um sistema de painéis solares revolucionário. Em vez de painéis, a usina utilizar-se-ia de 10.000 espelhos de grande porte para concentrar a luz solar em um único ponto, que aqueceria sal fundido em um tanque. O calor do sal seria então usado para criar vapor para acionar turbinas e gerar eletricidade.

Desafios técnicos e contratempos financeiros levaram à queda da mega usina de energia solar

Por volta de 2013, problemas começaram a surgir. A primeira falha significativa foi a falta de consideração com as extremas flutuações de temperatura em Nevada. Isso levou a inúmeros problemas operacionais, incluindo o derretimento de espelhos e falhas mecânicas. O design altamente inovador provou ser uma espada de dois gumes, complicando ainda mais a construção e a manutenção dos espelhos.

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Em 2016, um vazamento no tanque de sal fundido resultou no fechamento da usina por um ano. Em 2019, NV Energy, o principal cliente, rescindiu o contrato, citando inúmeros problemas com a tecnologia e ultrapassagens orçamentárias. Isso foi seguido pela falência da Tonopah Solar Energy em 2020. Relatos indicam que a empresa ainda devia mais de 400 milhões de dólares ao Departamento de Energia dos EUA.

Em comparação com fazendas solares tradicionais que cobravam menos de trinta dólares por megawatt-hora, o projeto em questão custava cerca de 135 dólares por megawatt-hora, tornando-o pouco viável economicamente. Confira mais detalhes no vídeo a seguir:

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Da beira do colapso à esperança: o potencial de um renascimento para a usina solar Crescent Dune

Contrário a todas as expectativas, o projeto retomou suas operações em 2021, impulsionado pela crescente demanda por eletricidade solar em Nevada. Os problemas técnicos que inicialmente afligiam a usina parecem ter sido abordados durante o período inoperante.

Embora o projeto possa estar de volta aos trilhos, serve como um estudo de caso sobre os riscos associados com inovação descontrolada no setor de energia solar. O conto ilustra a necessidade de cautela e planejamento meticuloso, particularmente quando lidamos com tecnologias emergentes e investimentos maciços.

Portanto, enquanto a usina solar em Nevada pode ter uma segunda vida, ela permanece um aviso para a indústria de painéis solares e além: a inovação desenfreada precisa ser equilibrada com viabilidade e planejamento cuidadoso.

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Sobre o Autor

Geovane Souza
Geovane Souza

Geovane Souza é Jornalista e especialista em criação de conteúdo na internet, ações de SEO e marketing digital. Nas horas vagas é Universitário de Sistemas de Informação no IFBA Campus de Vitória da Conquista.

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