Como cidades inteligentes e sustentáveis auxiliam na saúde e longevidade pública?
A aliança entre tecnologia e soluções ecológicas atende uma população madura, moderna e preocupada com as questões ambientais
O conceito de cidades inteligentes surge como resposta para uma busca crescente por qualidade de vida na era digital. Essa tendência se reverbera a nível mundial e exige avanços e mudanças significativas em diferentes segmentos, especialmente naqueles relacionados com sustentabilidade, economia, mobilidade, políticas públicas e tecnologia.
A noção de como os espaços urbanos devem ser acompanha o desenvolvimento e progresso da população. O aumento no uso das inovações digitais implica em investimentos que sustentem o acesso a redes móveis e banda larga, por exemplo.
De igual modo, a conscientização ambiental, impulsionada pelo vigente aquecimento global, provoca as sociedades a repensarem seus modos de vida. Tal conjunto de transformações no tecido social atesta a modernização dos projetos urbanísticos.
Neste artigo, você conhecerá:
- A necessidade de modernização de espaços urbanos
- Quais as vantagens das cidades inteligentes
- Novas cidades ao redor do mundo exemplos de inteligência.
Mudanças sociais e o avanço das cidades inteligentes
No Brasil, a pirâmide etária demonstra que os brasileiros estão envelhecendo. Segundo dados do IBGE, em 2021, o grupo de pessoas com mais de 30 anos de idade se tornou maioria, somando 56,1% do total. Desses, a faixa etária de 30 a 39 anos representa a maior parcela, ao compor 16,1% de toda a população.
O amadurecimento da nação expõe os avanços na urbanização e no desenvolvimento do país, de modo geral. Ao mesmo tempo, evidencia a relação entre longevidade de um povo e os aparelhos urbanos, como a ampliação das redes de saneamento básico e o incentivo à criação e/ou manutenção de áreas verdes.
Diferentes estudos associam a redução no risco de mortalidade com a presença de espaços com cobertura vegetal nas cidades. Isso porque o contato com o meio ambiente auxilia na prevenção de doenças, principalmente respiratórias, e na conservação de hábitos que beneficiam a saúde.
Por essa razão, as cidades inteligentes precisam de planejamento e da participação do Estado. Os seus princípios estão presentes na Constituição Federal de 1988 e em diferentes acordos universais. Um dos mais recentes foi a Carta Brasileira de Cidades Inteligentes, assinada em 2020, com o apoio da Agência de Cooperação Alemã GIZ.
Vantagens das cidades inteligentes
Para ser considerada inteligente, a cidade não deve simplesmente permitir ou facilitar o acesso à internet. A definição desse conceito, na prática, impõe a centralidade das ações aos residentes. Em outras palavras, significa colocar as pessoas como sendo o principal foco da gestão.
Para alcançar essa dinâmica, as tecnologias urbanas são projetadas para conectar cidadãos, empresas e poder público. Nesse sentido, se utilizam sistemas de gerenciamento integrado de serviços, monitoramento infraestrutural, sensores e demais inteligências artificiais, que agem de maneira preventiva e combativa às urgências sociais.
Os resultados esperados com essas transformações devem impactar positiva e diretamente a saúde, economia, meio ambiente, mobilidade e segurança. Consequentemente, as pessoas passarão a viver por mais tempo e com melhor qualidade de vida. Algumas posturas esperadas em cidades inteligentes são:
- Incentivo à revolução da informação e aprendizagem;
- Gestão eficiente dos resíduos;
- Investimento em eficiência energética na malha urbana;
- Implantação de sistemas sustentáveis de mobilidade urbana;
- Aquisição de sistemas tecnológicos de atenção a saúde e educação;
- Promoção de educação digital para a população e facilidade no acesso aos meios de comunicação;
- Prática de uma governança ativa e participativa.
O contexto proposto com essas novas tecnologias e estilo de gestão estimula, inclusive, a projeção de planos para a velhice. Nesse sentido, ter uma previdência privada vale a pena, para que seja possível aproveitar os benefícios urbanos com conforto e tranquilidade.
Projetos urbanísticos
A cidade de Singapura, situada no Sudoeste Asiático, foi uma das primeiras “smart cities”, ou cidades inteligentes, a serem reconhecidas e premiadas mundialmente. Além do sistema de coleta e reciclagem da água da chuva, possui tecnologias inovadoras no transporte e na gestão pública, através de e-governança.
Na Arábia Saudita está sendo projetada a “The Line”, uma futura megacidade que promete ser totalmente integrada e oferecer serviços de mobilidade gerenciados por inteligência artificial. A diferença é que ainda propõe combinar todo esse avanço com a preservação da maior parte de suas áreas naturais na nova cidade inteligente.
Mas não é apenas no exterior que se encontram projetos com inovadoras tecnologias urbanas. Em terras brasileiras, alguns modelos provam o avanço desse conceito no cenário local, como a capital paranaense, Curitiba.
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), por sua vez, criou acertificação de cidades inteligentes e definiu os requisitos para deliberar os certificados aos municípios. Seguindo a combinação entre tecnologia e sustentabilidade, a ABNT confere 4 níveis de classificação: platina, ouro, prata e bronze.
A primeira cidade brasileira a receber a certificação da ABNT foi São José dos Campos, no interior de São Paulo. No que se refere ao ISO 37120, que versa sobre a norma técnica global sobre sustentabilidade em comunidades urbanas, o município obteve o certificado mais alto, de platina.
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