Como o uso dos sistemas agroflorestais (SAFs) esta ajudando no combate à degradação ambiental e na crise climática

Como o uso dos sistemas agroflorestais (SAFs) esta ajudando no combate à degradação ambiental e na crise climática Foto: Propagate / Reprodução
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O crescimento da atenção dos pesquisadores em estudos relacionados a sistemas agroflorestais ocorre num período em que a agrofloresta ganha destaque. Mas o que é agrofloresta?

Agrofloresta representa uma abordagem de gestão e exploração do solo, onde se cultiva simultaneamente árvores e outras culturas agrícolas ou pastagens. Essencialmente, essa técnica envolve o cultivo conjunto de vegetação arbórea e produção agrícola na mesma região, o que favorece tanto a sustentabilidade ambiental quanto a produção de alimentos e recursos madeireiros.

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Nos SAFs, os sistemas são categorizados com base na composição e disposição dos seus elementos, podendo ser chamados da seguinte maneira: silviagrícolas, silvipastoris, agrossilvipastoris. Os sistemas silviagrícolas são formados pela combinação de árvores ou arbustos com cultivos agrícolas. Por outro lado, os sistemas silvipastoris integram o plantio de árvores ou arbustos com áreas de pastagem e criação de animais. E os sistemas agrossilvipastoris, que são mais abrangentes, unindo árvores ou arbustos, cultivos agrícolas, pastagens e a criação de animais, todos em um único sistema.

Eficácia dos sistemas agroflorestais, benefícios econômicos e vantagens ambientais

Para que os sistemas agroflorestais sejam eficazes é crucial planejá-lo com uma abordagem estratégica de produção. Isso envolve considerar fatores como tipo de solo, condições climáticas, demandas do mercado, variedades de plantas, configurações de plantio, procedimentos operacionais, finalidades produtivas, gastos e conformidade legal.

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A intenção é assegurar a cooperação harmoniosa entre diferentes espécies de plantas. Um exemplo prático é o cultivo de plantas já estabelecidas, como cacau, café ou erva-mate, que prosperam sob a sombra de certas árvores. Assim, o agricultor pode integrar essas culturas com árvores como araucárias, seringueiras e açaizeiros, criando um sistema interativo e benéfico.

Os benefícios ecológicos oferecidos são significativos. As árvores desempenham um papel crucial na minimização da degradação ambiental e na elevação da qualidade tanto do solo quanto das águas nas áreas cultivadas, além de outros efeitos positivos.

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Pesquisas recentes mostram que os SAFs são muito úteis para lidar com mudanças bruscas no clima. Eles são essenciais para ajudar a reduzir os problemas causados por condições climáticas extremas.

Os ganhos financeiros aos produtores são diversos. Inicialmente, proporciona uma fonte de renda contínua, possibilitando a venda de culturas de crescimento rápido seguidas por aquelas que levam mais tempo para maturar, como as fruteiras, e finalmente as variedades de árvores com madeira de alto valor, que contribuem para ganhos a longo prazo.

Além disso, as árvores que são parte do cultivo podem representar uma espécie de reserva financeira para pequenos agricultores, agindo como um investimento a longo prazo. Embora seu crescimento possa levar muitos anos, uma vez prontas para a venda, essas árvores podem gerar um retorno significativo sobre o investimento inicial.

Os desafios e soluções na implementação de sistemas agroflorestais (SAFs), bem como a perspectiva de longo prazo para esses sistemas

A implementação dos sistemas agroflorestais (SAFs) enfrenta desafios específicos, mas também oferece um horizonte promissor a longo prazo para a agricultura sustentável. Entre os principais obstáculos, destacam-se:

  • Escala e financiamento: Um dos principais desafios para os SAFs é a questão da escala, especialmente quando comparados a grandes monoculturas, como a de soja. Além disso, o financiamento inicial necessário pode ser considerável, frequentemente alcançando valores significativos por hectare, o que pode ser um obstáculo para pequenos produtores. Este fator financeiro é crucial, pois os SAFs podem levar algum tempo antes de começarem a gerar retorno financeiro.
  • Conhecimento e assistência técnica: Os SAFs exigem um conjunto único de técnicas e conhecimentos que podem ser diferentes dos métodos da agricultura tradicional. Isso demanda que organizações ofereçam assistência técnica necessária aos produtores para garantir a eficácia da implementação desses sistemas.
  • Planejamento e adaptação Local: É essencial que os SAFs sejam bem planejados, considerando fatores como o tipo de solo, clima, demandas do mercado e seleção de espécies. Um planejamento cuidadoso e a adaptação local são fundamentais para garantir a viabilidade econômica e o retorno financeiro.

A longo prazo, os SAFs têm um potencial significativo para transformar a agricultura convencional, promovendo práticas mais sustentáveis. Eles desempenham um papel crucial na conservação da biodiversidade e na mitigação das mudanças climáticas, funcionando como sumidouros de carbono e contribuindo para a saúde dos ecossistemas.

Adicionalmente, a diversificação dos produtos cultivados em um mesmo sistema aumenta a resiliência econômica dos agricultores frente às variações do mercado. A venda dos produtos agroflorestais contribui para o fortalecimento das economias locais, oferecendo uma ampla gama de produtos como mel, frutas exóticas, madeira nobre, entre outros.

Por fim, para maximizar os benefícios dos SAFs, é necessária uma maior pesquisa e treinamento na área, além de apoio governamental e políticas incentivadoras adequadas. Tais esforços podem não apenas ajudar na luta contra a crise climática, mas também promover segurança alimentar e resiliência econômica para comunidades rurais.

Com informações: Agro Reset; Credited; Correio Braziliense; Wri Brasil; Embrapa.

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Sobre o Autor

Ana Paula Araújo
Ana Paula Araújo

Ana Paula Araújo escreve no Cultura Ambiental nas Escolas sobre meio ambiente, sustentabilidade, energias renováveis e suas implicações, veículos elétricos e as principais novidades do setor.

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