Américas podem perder 40% de sua biodiversidade original até 2050
O bem-estar humano está em risco à medida que perde a biodiversidade do planeta, diz o relatório global. Se nada for feito, as Américas perderão 40% de sua biodiversidade original até 2050.
Os dados vêm de quatro relatórios preparados para o IPBES (Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos) por 550 cientistas em 100 países. Demorou três anos e os cientistas divulgaram os resultados nesta sexta-feira (23) em um evento de biodiversidade na Colômbia.
Algumas – não todas – as perdas dos Estados Unidos e américa latina, podem ser revertidas. De acordo com o documento, se forem aplicados os três passos do desenvolvimento sustentável, a perda de biodiversidade será reduzida para 35%. Se baseia o conceito de desenvolvimento sustentável em três pilares: Econômico, ambiental e social. No geral, o conceito é que a harmonia entre essas categorias deve ser alcançada para trazer a terra em equilíbrio com a natureza.
De acordo com a pesquisa, o valor econômico da natureza nas Américas é estimado em US$ 24 trilhões por ano, equivalente ao PIB da região. No entanto, dois terços dessas contribuições estão diminuindo devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem, poluição e superexploração dos recursos naturais.
Outro destaque do relatório é a desintegração das culturas indígenas – mais de 60% das línguas nas Américas estão ameaçadas ou perdidas. Este fato está diretamente relacionado à natureza, pois essas comunidades contribuem para a conservação da biodiversidade.
A perda da biodiversidade não é um problema exclusivo do continente americano
No entanto, o relatório observa que a perda de biodiversidade não é exclusiva das Américas. Todas as formas de vida continuam a diminuir em todas as regiões do mundo, reduzindo significativamente a capacidade da natureza de contribuir para o bem-estar humano.
O relatório conclui que, como a biodiversidade global está em risco, o bem-estar humano também está. Segundo especialistas, essa tendência coloca em risco economias, meios de subsistência, segurança alimentar e qualidade de vida das pessoas em todo o mundo.
Na África, o relatório afirma que até 2100, cerca de metade de todas as espécies de aves estarão extintas. Os lagos africanos também perderão 30% de sua contribuição econômica. O relatório afirma que 500.000 quilômetros de terra na África foram degradados pela superexploração dos recursos naturais.
O documento usa a Ásia como exemplo. Nos últimos 25 anos, as áreas marinhas protegidas na região aumentaram quase 14% e as áreas protegidas terrestres aumentaram 0,3%. A cobertura florestal aumentou 2,5%, com os maiores aumentos no nordeste da Ásia (22,9%) e no sul da Ásia (5,8%). No entanto, há preocupações de que essas iniciativas não serão suficientes.
Na Europa, o relatório considera que apenas 7% das espécies marinhas e 9% dos habitats marinhos apresentam bom estado de conservação. O documento também constatou que 27% das espécies não estavam adequadamente protegidas.
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[…] 40% do total mundial. O nosso país está bem à frente do segundo lugar no ranking de perda florestal, a República Democrática do Congo, com 500.000 […]